Pesquisas Inconformadas

quarta-feira, maio 30, 2007

ECO

http://www.youtube.com/watch?v=5g8cmWZOX8Q

Todos os dias tento fazer eco destas palavras a algumas pessoas de cada vez. A coisa ainda não se tornou mais fácil...

terça-feira, maio 29, 2007

Desabafo I e I/II (um e meio)

Por razões que desconheço, a carta Desabafo I não foi publicada correctamente.

Lapso corrigido e, já agora, podem ficar a saber que alguém do Campo Pequeno reagiu à minha carta dando-me total razão e até desabafando que já estão exaustos de pedir à CML e à PSP que faça alguma coisa sobre isto (o que até faz sentido porque eles são parte interessada).

Dos restantes destinatários, nada... niente... zilch.

Not So Little Brother Anymore :),
Denis

O menino que gosta da chuva (prosa)

Chove lá fora.
Dentro de casa o menino vê as gotas colarem-se aos vidros da janela do seu quarto.
Lentamente as gotículas juntam-se uma a uma, amontoam-se e depois escorrem pela janela abaixo numa alegre correria.
De repente tudo muda, a chuva e o quarto não existem mais. Tudo o que existe é a janela, as gotas de água que se formam na janela e ele.
E ele não é mais um menino, é um jockey de gotas de água numa corrida interminável.
Ele observa-as em formação, identifica o momento propício em que elas vão começar a correr e escolhe uma, tentando apostar na mais rápida.
Mas o importante não é ganhar.
É aquela alegria que ele sente a escorrer pelo vidro abaixo, montado nas gotaa, uma após a outra.
Cada corrida demora apenas uns segundos, mas são os segundos mais excitantes que ele já viveu até ao momento.
E esses segundos, todos juntos, são minutos.
E esses minutos, todos somados, dão horas.
E a cada corrida que acaba ele tem apenas uma fracção de segundo para escolher outra gota.
E nessa fracção de segundo ele é dono e senhor do seu nariz.
Não tem ninguém para lhe dizer qual a gota que pode ou não escolher.
Ele é o rei das gotas de água.
 
Então, de repente, ouve uma voz:
Filho, não vens almoçar? Estou-te a chamar há uma eternidade...
É a voz da mamã.
E com ela vem o quarto e a chuva e os brinquedos e as suas roupas normais.
(bolas, podia ter ficado com o capacete e as botas de jockey)
Consternado ele obedece.
Estava a brincar, mamã... não te ouvi.
Mas ela não entende como é que ele pode estar a brincar, se estava parado a olhar para uma janela molhada pela chuva.
 
Quando acaba de almoçar, a chuva já parou.
Ele vai até à janela do seu quarto, mas o Sol já secou todas as gotas.
Abre a janela e o único vestígio da chuva é o agradável cheiro a fresco que sente.
Resignado, vai até ao jardim e senta-se na relva molhada, com os braços cruzados em cima dos joelhos.
É capaz de demorar um pouco até voltar a chover.
--
http://oinconformado.blogspot.com

sexta-feira, maio 18, 2007

Desabafo II

Para o MAI, dado que a inércia da PSP neste caso tem sido mais que muita:


Exmos Senhores,


No vosso site pode ler-se:


INÍCIO DE CITAÇÃO
A Polícia de Segurança Pública (PSP) é uma força de segurança com a natureza de serviço público dotado de autonomia administrativa, que tem por funções defender a legalidade democrática, garantir a segurança interna e os direitos dos cidadãos, nos termos do disposto na Constituição e na Lei. Em situações de normalidade, as suas actividades são desenvolvidas de acordo com os objectivos e finalidades da política de segurança interna, com respeito pelos limites do respectivo enquadramento orgânico. [...]

Filosofia de actuação policial

  • Permanente busca do ponto de equilíbrio nos conflitos de valor sempre presentes no plano da segurança interna, nomeadamente: liberdade versus segurança; e ordem pública versus direitos, liberdades e garantias.
  • A segurança é o primeiro factor de liberdade, pelo que é prioritário garantir a liberdade de circulação dos cidadãos em todo o tecido urbano, erradicar as zonas ditas “perigosas” da cidade e proporcionar aos cidadãos uma sensação de segurança.
  • Compreensão de que o cidadão ocupa um papel central no sistema de segurança interna, pelo que se impõe uma crescente visibilidade da Polícia e uma política de proximidade com os cidadãos, devendo as autoridades estimular a participação destes nas acções de prevenção da criminalidade.
FIM DE CITAÇÃO
Pergunto eu, no email em anexo sobre o estacionamento abusivo na zona do Campo Pequeno (especialmente em dias de espetáculo), onde é que essa filosofia é prosseguida e colocada em prática, no que toca ao garantir e no defender do bem estar dos moradores do Campo Pequeno? Onde é que a ordem pública é mantida, quando o estacionamento selvagem é um hábito, onde é que o direito à circulação pelos passeios é garantido, e a garantia de que, se tiver de circular pela estrada, a integridade do cidadão não é colocada em causa. E qual é a compreensão demonstrada pela divisão de trânsito do Comando da PSP de Lisboa, quando se telefona a participar estes verdadeiros atentados às liberdades e direitos supra mencionados?

Aguardo expectante uma resposta vossa,
Atenciosamente,
Denis

Desabafo I

Carta enviada a vários organismos, entre eles a CML e a Adm. do Campo Pequeno:

Exmos Senhores,

É com grande transtorno que escrevo estas linhas abaixo. Desde que, há 1 ano atrás, o Campo Pequeno (doravante CP) abriu de novo, foi mesmo "em grande" como a vossas exas tão bem lhes aprouve colocar no slogan. Pelo menos no que toca ao estacionamento abusivo e à falta de consideração para com quem aqui mora e também com o mero transeunte que, deambulando pelas ruas de Lisboa, encontra aqui no CP um verdadeiro desafio às suas capacidades.

Não mencionando as constantes obras, que mais fazem lembrar as da igreja de Sª Ingrácia, vossas exas não contemplaram de todo o facto de que o português tem: 1- um bolso demasiado curto no que toca a despesas que fazem sentido (como colocar o carro num estacionamento vigiado e seguro); 2- uma capacidade enorme de ser multifacetado, quando tal lhe serve, sem olhar a quem prejudica. Senão, vejamos:
  • Durante o decorrer das obras pré-(re)inauguração e especialmente depois da loja de brinquedos (Centroxogo) ter aberto as suas portas ao comércio, antes do Natal, era frequente, diria até normal (embora este tenha aqui um sentido altamente pejorativo) ver automóveis de todos os tipos, marcas, formas, classes e para todas as bolsas (mesmo para aquelas que dificilmente justificariam não ter um punhado de euros para os colocarem no parque) estacionados em pleno jardim. Ele era em cima do passeio, em cima da relva, nos caminhos para peões que cruzavam os jardins, etc;
  • Após a (re)inauguração, em dias de espetáculo e mesmo após a Câmara Municipal de Lisboa ter colocado barreiras (após inúmeras reclamações dos seus munícipes moradores nesta área) junto à maioria dos passeios, de forma a (tentar) impedir que se verificasse o estacionamento selvagem que, concerto, após tourada, após N tipos de espetáculos variados que os senhores com mais ou menos sucesso conseguem importar para dentro da praça de touros, a verdade é que, de há um ano para cá, pouco mudou.
Ainda hoje, durante a tourada (creio que patrocinada pela TVi), era impossível circular livremente nos passeios. E uso o plural porque praticamente em todas as calçadas circundantes à praça de touros, em ambos os lados das ruas e avenidas, havia verdadeiros conglomerados de veículos a utilizarem os passeios para estacionamento indevido, sem respeito para o espaço necessário para que pessoas com dificuldades de locomoção (grávidas, idosos, pessoas que só se locomovem recorrendo a meios auxiliares como canadianas ou cadeiras de rodas, etc) possam circular em segurança e sem respeito pelas passadeiras, só para mencionar os mais gravosos.

Ressalvo que praticamente, de todas as vezes que estas situações acontecem, são feitas chamadas de atenção ao comando da divisão de trânsito da PSP de Lisboa e também à Polícia Municipal mas, curiosamente, ou nunca aparecem (dando a indicação de haver falta de meios, entenda-se reboques) ou, aparecendo já depois do espetáculo ter terminado, muitas vezes nem sequer autuam os transgressores que, assim, certamente para a próxima pensariam duas vezes antes de se arriscarem a uma coima dezenas de vezes mais cara que o parque, sem contar com o facto de poderem-se também arriscar a ficar sem carta (quando o estacionamento bloqueia totalmente o trânsito normal de peões). De notar que a situação mais gravosa é aquela em que os automobilistas decidem inconscientemente (sou levado a crer) bloquear o passeio junto ao ringue de futebol, levando a que os transeuntes tenham de se deslocar (durante mais de uma dezena de metros) a pé pela Av. João XXI pois esta artéria é bastante movimentada durante quase todo o dia e noite.

Termino dizendo, em jeito de desabafo, que a paciência dos moradores (falo por mim, obviamente, mas de todos os moradores com quem já tive oportunidade de trocar algumas palavras, recebi o mesmo tipo de reclamações) já está para lá do limite e compete a v. exas tentar encontrar uma solução rápida e eficaz para este problema pois são tanto directamente interessados (carros no parque = mais receitas = mais impostos e mais ordem) como implicados (no caso de haver problemas). No passado recente houve casos de vandalismo a veículos e também agressões ou tentativas de agressão e temo que tal se volte a verificar novamente, situação que obviamente tento evitar. Como sei que é fácil criticar, aponto uma sugestão simples, mas eficaz e que pode remediar esta situação no curto prazo (sem prejuízo para outras a médio/longo prazo que estejam em vias de implementação). Dado que em cada espetáculo há um número de agentes da lei designados a manter a ordem enquanto este ocorre, porque não colocar pelo menos 1 agente e/ou um segurança da empresa contratada permanentemente a circular em volta, informando os automobilistas que devem colocar o carro no parque para evitar incómodos para si (coimas, reboques, bloqueios, vandalismo) e para quem tem o direito de circular livremente no passeio? No meu entender 4 seria o ideal, pois permitiriam cobrir todas as faces (N, S, E, O) em simultâneo e teriam assim um efeito dissuasor mais forte. Com o calor a época de espetáculos floresce mas, com isso há também o aflorar dos ânimos, cada vez mais exaltados. Da minha parte a vontade de me dirigir ao CP por motivos lúdicos é cada vez menor.

O texto é longo mas creio que compreenderão que não é de todo fácil resumir um ano de verdadeiros atentados à paciência de quem aqui mora, em algumas linhas.

Atenciosamente,
Denis

Posse intemporal

Fazer amor contigo
não é espelhar teu corpo nu
no vítreo do meu espaço
não é sentir-me possuída
ou possuir-te

É ir buscar-te
ao abismo de milénios de existência
e trazer-te livre.

Manuela Amaral

quinta-feira, maio 03, 2007

Prurigo Nodular

Eu gosto de escrever sobre coisas que provocam reacções na pele de esta sociedade que se protege do buraco da capa de ozono e faz liftings e se hidrata convenientemente. Tudo no politicamente correcto. Portugal sempre foi um país politicamente correcto, todos estamos na onda, todos usamos carros de cor cinzento metalizado e vestimos as mesmas marcas de roupa.
Se há necessidade de criticar a alguém, será a uníssono e quem não esteja de acordo é bicho raro!
A ideia que exportamos de país é essa: um pais sossegado, amavel, hospitalario...de tão bons que somos até parecemos parvos! E vem os Espanhois e ficam com toda a industria, é que somos tão bons e eles são nossos hermanos! Quando tentamos discutir sem cair na vulgaridade, somos muito azelhas, ficamos vermelhos como um tomate e as palavras morrem na boca antes de sair, por isso os nossos políticos são o que são, chatos como não há no mundo inteiro! Os unicos com dom de palavra vão para humoristas para não chatear muito a malta.
Mas do que vinha a escrever era de outra coisa.
Isso, escrevo sobre o racismo. Portugal é racista como qualquer outro país do mundo.
Peço desculpa anticipadamente aos que acham que tal coisa não é certa.
Ou se é ou não se é! To be or not to be...
A questão é que se se é, somos uns exagerados. Pagam justos por pecadores, haveria que fazer a pergunta. Quem é que nunca foi em nenhum momento da sua vida um pouco racista?
Se não somos é porque se calhar a hipocresia manda!
Ainda não tive a sorte de estar num país em que não existisse o racismo. Não estou a fazer referencia ao Racismo de abrir a boca e soltar insultos ao que é "diferente" e que te dá medo conhecer. O pior racismo sempre vem de cima...
Esse racismo invisível que pela tua cor de pele, acento exquisito ao falar, religião, sexo ou tendencia sexual, determina que jamais poderas cruzar uma imaginária linha que separa os bons dos mediocres.
Seria possivel, até, elaborar um manual com as normas do " Bom racista administrativo social", apartir de agora chamado: BRAS.
O BRAS é infinito e é possivel acrescentar-lhe quantos artigos lhe apeteça ao freguês.
1º- Não tens direito a manifestar sinceramente a tua opinião. Quem não estiver contente com isto que volte para o seu país.
2º- No caso em que por motivos de lavagem da imagem governativa se conceda a oportunidade de manifestar opiniões,não haverá censura, mas o que se excedam serão ignorados e porque não? Retornados ao seu pais.
3º- Não tens dinheiro? Não és ninguem, menos ainda se és "diferente".
Tens dinheiro? Serás alguem mas não te esqueças que o deves a esta sociedade altruista que te permitiu que sejas alguem.
4º- Viva a mestiçagem! Mas tu na tua casa e Eu na minha! A minha filha branca cristã não se casará com o teu filho negro mussulmano sem serem repudiados constantemente por ambas famílias, é contra natura!
5º- Se és negro, extrangeiro ou ambas coisas, não terás cargos politicos a não ser por descriminação positiva e não pelo teu valor. Não terás posição de chefia nunca!Na melhor das hipóteses serás adjunto do chefe para dar boa imagem unicamente.
6º- Para escalar posições na sociedade tens que trabalhar o triplo, ganhar menos e ser mais "cabrão" que o normal. De essa forma te respeitarão e dirão: Cabrão do preto é fodido!
7º- Claro que podes entrar em qualquer discoteca ou restaurante, mas não te queixes se demoram 2 horas em atender-te ou simplesmente ignoram a tua presença.
8º- Se existem varios candidatos a um bom posto de trabalho, serás o ultimo da lista, não importa o curriculum que apresentes.
9º- Sim! A tua filha não encontrará dificuldades em entrar na companhia nacional de ballet, mas nunca lhe darão um papel principal. Imaginam voces uma julieta negra? A não ser que seja para provocar! Porque é que não tenta o samba ou alguma dessas danças tribais?
10º- Numa discussão com alguem acima da sua condição e mesmo que seja , que será, de esmerada educação. É inevitavel a utilização de adjectivos qualificativos apropriados para descrever-lo: Vai-te embora ó preto, volta pra tua terra, preto de merda, extrangeiro de merda, terrorista...
11º- Se houve um furto no teu local de trabalho, escola... serás o suspeito habitual até que se prove o contrario.
12º- O motivo principal porque a policia só te revista a ti é porque dás nas vistas e não estas integrado na massa social que veste de marca e tem carros cinzentos metalizados. A policia só quer o teu bem e por isso te vigila com o maior rigor...

E assim poderia estar a escrever sem avistar nunca o final.
Sempre que alguem ou algum colectivo é marginado, acção das mais injustas que há, existem consciencias que se sensibilizam e mais tarde ou mais cedo o estado actua da unica forma que sabe: mal! Aplica leis para beneficiar as victimas de essa marginação á custa de marginar ainda mais aos olhos da sociedade acomodada. Coitados, vamos dar uma esmola aos pobrezinhos, não vão deixar de ser-lo e se não o eram passam a ser-lo, mas as nossas consciencias aliviadas!
Esta é a maneira de que pouco a pouco vamos criando uma sociedade bipolar: Ricos e Pobres.
Cada vez mais a coisa se radicaliza. Cada vez mais tudo é desumano e como tudo se está a mudar para um mundo mais virtual que real a minha esperança é que nesse mundo alternativo impere a democracia, a liberdade e os bons sentimentos.
A minha esperança é virtual tambem, quem diria! Alimento o sonho de que a revolução
que mudará o mundo para melhor nasça de aí.
Viva Internet a rede de redes!! E que seja livre e acessível a todos os seres humanos!
Se querem que isso seja realidade a luta está em oferecer a entrada a ela a todos sem excepção,
que não haja aqui tambem extrangeiros, ilegais ou marginados!!!!!!!!!!!!!!!
Porque é que um puto americano de familia modesta pode navegar gratis todo o dia e um de Moçambique tem que ser "Rico" para fazer o mesmo?

Por hoje é tudo,

Big Brother.

Big Brother is here!!!

Hola! Hermano del alma y de sangre!
As you can see, I'm in!
Chiguei! Já cá tô!

Depois de uma viagem virtual á velocidade da luz as tuas indicações conduziram a bom porto
a minha pessoa (virtual). Espero colaborar de forma positiva para o teu blog. Por certo, existe alguma palavra aceite ou em proposta para substituir este coisa esquisita "blog". Quando a pronuncias parece que estas submergido na agua do pântano e te dedicas a comer moscas nas horas livres. Há quem tem um grande amor pela lingua inglesa, posso entender isso, mas sem dúvida alguma a portuguesa é muito melhor e mais bonita. Tenho aprendido a longo de estes anos que uma lingua é quanto mais bela quanto mais complicada. Eu é que não tenho pachorra senão, começava a aprender chinês.
Olha, mano. Vou dar uma vista de olhos de big brother ao teu "inconformado" e depois digo qualquer coisa.
Um abraço dos de verdade ...

Big Brother

quarta-feira, maio 02, 2007

Salazar II

Carta de um Português, da geração de 60 que não vive cá e não sabe o que aconteceu no canal1.

E realmente ele tem razão, embora eu o colocasse de outra forma - mas nada como a frontalidade, quando inclui os seus simpatizantes. Que isto na vida encontramos de tudo, aqueles que cá estão para fazer o bem e aqueles que só pensam como vão manipular, extorquir, liquidar e/ou escravizar o próximo...

Por isso aqui fica, na íntegra:

"Aclara-me pls, o que é isso de Salazar o maior português de sempre?

Essa frase assim solta, parece-me incompleta, ensonsa. Vamos lá alegrar a festa.
A frase correcta deveria ser: Salazar o maior filho da puta português de sempre.
E podia-se acrescentar como brinde grátis umas rimas simples para decorar a cena:

O Salazar foi um filho da puta,
O Salazar foi um filho da puta,
O Salazar foi um filho da puuuuuta,
e sempre o será.

(por favor incluir também os seus simpatizantes)

O maior português de sempre era uma besta que só pensava em arrasar as posições dos Mouros e matar castellanos. Ele nem sabia muito bem no que é a coisa ia a dar no futuro, mas até não lhe saiu mal. Se há alguém a quem devemos todos os portugueses havidos e por haver é ao D. Afonso Henriques. O resto, ao pé deste individuo, são uns maricas de merda!

Abraços,"

Salazar é o maior! E ai de quem disser o contrário...

Texto original de:

"Na sequência da discussão em que o país se lançou depois da eleição de Salazar como o "maior português" de sempre, veio-me parar às mãos uma listagem de alguém que, como eu e muitos outros, não sentiu na pele mas nunca esquecerá.

Convosco a partilho para que pelo menos a geração de '70 não ignore o que nunca nos quiseram ensinar nos bancos das escolas. E, já que durante mais de 30 anos de democracia andámos a erguer estátuas aos combatentes do Ultramar, não nos ficaria nada mal lembrar aqueles que na 'Metrópole' lutaram pelo conforto que hoje temos...

Luv, "
M.

A DEMOCRACIA ORGÂNICA DE SALAZAR
HAJA MEMÓRIA
1931
O estudante Branco é morto pela PSP, durante uma manifestação no Porto;

1932
Armando Ramos, jovem, é morto em consequência de espancamentos; Aurélio Dias, fragateiro, é morto após 30 dias de tortura; Alfredo Ruas, é assassinado a tiro durante uma manifestação em Lisboa;

1934, 18 de Janeiro
Américo Gomes, operário, morre em Peniche após dois meses de tortura; Manuel Vieira Tomé, sindicalista ferroviário morre durante a tortura em consequência da repressão da greve; Júlio Pinto, operário vidreiro, morto à pancada; a PSP mata um operário conserveiro durante a repressão de uma greve em Setúbal;

1935
Ferreira de Abreu, dirigente da organização juvenil do PCP, morre no hospital após ter sido espancado na sede da PIDE (então PVDE);

1936
Francisco Cruz, operário da Marinha Grande, morre na Fortaleza de Angra do Heroísmo, vítima de maus tratos, é deportado do 18 de Janeiro de 1934; Manuel Pestana Garcez, trabalhador, é morto durante a tortura;

1937
Ernesto Faustino, operário; José Lopes, operário anarquista, morre durante a tortura, sendo um dos presos da onda de repressão que se seguiu ao atentado a Salazar; Manuel Salgueiro Valente, tenente-coronel, morre em condições suspeitas no forte de Caxias; Augusto Costa, operário da Marinha Grande, Rafael Tobias Pinto da Silva, de Lisboa, Francisco Domingues Quintas, de Gaia, Francisco Manuel Pereira, marinheiro de Lisboa, Pedro Matos Filipe, de Almada e Cândido Alves Barja, marinheiros, de Castro Verde, morrem no espaço de quatro dias no Tarrafal, vítimas das febres e dos maus tratos; Augusto Almeida Martins, operário, é assassinado na sede da PIDE (PVDE) durante a tortura ; Abílio Augusto Belchior, operário do Porto, morre no Tarrafal, vítima das febres e dos maus tratos;

1938
António Mano Fernandes, estudante de Coimbra, morre no Forte de Peniche, por lhe ter sido recusada assistência médica, sofria de doença cardíaca; Rui Ricardo da Silva, operário do Arsenal, morre no Aljube, devido a tuberculose contraída em consequência de espancamento perpetrado por seis agentes da Pide durante oito horas; Arnaldo Simões Januário, dirigente anarco-sindicalista, morre no campo do Tarrafal, vítima de maus tratos; Francisco Esteves, operário torneiro de Lisboa, morre na tortura na sede da PIDE; Alfredo Caldeira, pintor, dirigente do PCP, morre no Tarrafal após lenta agonia sem assistência médica;

1939
Fernando Alcobia, morre no Tarrafal, vítima de doença e de maus tratos;

1940
Jaime Fonseca de Sousa, morre no Tarrafal, vítima de maus tratos; Albino Coelho, morre também no Tarrafal; Mário Castelhano, dirigente anarco-sindicalista, morre sem assistência médica no Tarrafal;

1941
Jacinto Faria Vilaça, Casimiro Ferreira; Albino de Carvalho; António Guedes Oliveira e Silva; Ernesto José Ribeiro, operário, e José Lopes Dinis morrem no Tarrafal;

1942
Henrique Domingues Fernandes morre no Tarrafal; Carlos Ferreira Soares, médico, é assassinado no seu consultório com rajadas de metralhadora, os agentes assassinos alegam legítima defesa (?!); Bento António Gonçalves, secretário-geral do P. C. P. Morre no Tarrafal; Damásio Martins Pereira, fragateiro, morre no Tarrafal; Fernando Óscar Gaspar, morre tuberculoso no regresso da deportação; António de Jesus Branco morre no Tarrafal;

1943
Rosa Morgado, camponesa do Ameal (Águeda), e os seus filhos, António, Júlio e Constantina, são mortos a tiro pela GNR; Paulo José Dias morre tuberculoso no Tarrafal; Joaquim Montes morre no Tarrafal com febre biliosa; José Manuel Alves dos Reis morre no Tarrafal; Américo Lourenço Nunes, operário, morre em consequência de espancamento perpetrado durante a repressão da greve de Agosto na região de Lisboa; Francisco do Nascimento Gomes, do Porto, morre no Tarrafal; Francisco dos Reis Gomes, operário da Carris do Porto, é morto durante a tortura;

1944
General José Garcia Godinho morre no Forte da Trafaria, por lhe ser recusado internamento hospitalar; Francisco Ferreira Marques, de Lisboa, militante do PCP, em consequência de espancamento e após mês e meio de incomunicabilidade; Edmundo Gonçalves morre tuberculoso no Tarrafal; assassinados a tiro de metralhadora uma mulher e uma criança, durante a repressão da GNR sobre os camponeses rendeiros da herdade da Goucha (Benavente), mais 40 camponeses são feridos a tiro.

1945
Manuel Augusto da Costa morre no Tarrafal; Germano Vidigal, operário, assassinado com esmagamento dos testículos, depois de três dias de tortura no posto da GNR de Montemor-o-Novo; Alfredo Dinis (Alex), operário e dirigente do PCP, é assassinado a tiro na estrada de Bucelas; José António Companheiro, operário, de Borba, morre de tuberculose em consequência dos maus tratos na prisão;

1946
Manuel Simões Júnior, operário corticeiro, morre de tuberculose após doze anos de prisão e de deportação; Joaquim Correia, operário litógrafo do Porto, é morto por espancamento após quinze meses de prisão;

1947
José Patuleia, assalariado rural de Vila Viçosa, morre durante a tortura na sede da PIDE;

1948
António Lopes de Almeida, operário da Marinha Grande, é morto durante a tortura; Artur de Oliveira morre no Tarrafal; Joaquim Marreiros, marinheiro da Armada, morre no Tarrafal após doze anos de deportação; António Guerra, operário da Marinha Grande, preso desde 18 de Janeiro de 1934, morre quase cego e após doença prolongada;

1950
Militão Bessa Ribeiro, operário e dirigente do PCP, morre na Penitenciária de Lisboa, durante uma greve de fome e após nove meses de incomunicabilidade; José Moreira, operário, assassinado na tortura na sede da PIDE, dois dias após a prisão, o corpo é lançado por uma janela do quarto andar para simular suicídio; Venceslau Ferreira morre em Lisboa após tortura; Alfredo Dias Lima, assalariado rural, é assassinado a tiro pela GNR durante uma manifestação em Alpiarça;

1951
Gervásio da Costa, operário de Fafe, morre vítima de maus tratos na prisão;

1954
Catarina Eufémia, assalariada rural, assassinada a tiro em Baleizão, durante uma greve, grávida e com uma filha nos braços;

1957
Joaquim Lemos Oliveira, barbeiro de Fafe, morre na sede da PIDE no Porto após quinze dias de tortura; Manuel da Silva Júnior, de Viana do Castelo, é morto durante a tortura na sede da PIDE no Porto, sendo o corpo, irreconhecível, enterrado às escondidas num cemitério do Porto; José Centeio, assalariado rural de Alpiarça, é assassinado pela PIDE;

1958
José Adelino dos Santos, assalariado rural, é assassinado a tiro pela GNR, durante uma manifestação em Montemor-o-Novo, vários outros trabalhadores são feridos a tiro; Raul Alves, operário da Póvoa de Santa Iria, após quinze dias de tortura, é lançado por uma janela do quarto andar da sede da PIDE, à sua morte assiste a esposa do embaixador do Brasil;

1961
Cândido Martins Capilé, operário corticeiro, é assassinado a tiro pela GNR durante uma manifestação em Almada; José Dias Coelho, escultor e militante do PCP, é assassinado à queima-roupa numa rua de Lisboa;

1962
António Graciano Adângio e Francisco Madeira, mineiros em Aljustrel, são assassinados a tiro pela GNR; Estêvão Giro, operário de Alcochete, é assassinado a tiro pela PSP durante a manifestação do 1º de Maio em Lisboa;

1963
Agostinho Fineza, operário tipógrafo do Funchal, é assassinado pela PSP, sob a indicação da PIDE, durante uma manifestação em Lisboa;

1964
Francisco Brito, desertor da guerra colonial, é assassinado em Loulé pela GNR; David Almeida Reis, trabalhador, é assassinado por agentes da PIDE durante uma manifestação em Lisboa;

1965
General Humberto Delgado e a sua secretária Arajaryr Campos são assassinados a tiro em Vila Nueva del Fresno (Espanha), os assassinos são o inspector da PIDE Rosa Casaco e o subinspector Agostinho Tienza e o agente Casimiro Monteiro;

1967
Manuel Agostinho Góis, trabalhador agrícola de Cuba, more vítima de tortura na PIDE;

1968
Luís António Firmino, trabalhador de Montemor, morre em Caxias, vítima de maus tratos; Herculano Augusto, trabalhador rural, é morto à pancada no posto da PSP de Lamego por condenar publicamente a guerra colonial; Daniel Teixeira, estudante, morre no Forte de Caxias, em situação de incomunicabilidade, depois de agonizar durante uma noite sem assistência;

1969
Eduardo Mondlane, dirigente da Frelimo, é assassinado através de um atentado organizado pela PIDE;

1972
José António Leitão Ribeiro Santos, estudante de Direito em Lisboa e militante do MRPP, é assassinado a tiro durante uma reunião de apoio à luta do povo vietnamita e contra a repressão, o seu assassino, o agente da PIDE Coelha da Rocha, viria a escapar-se na "fuga-libertação" de Alcoentre, em Junho de 1975;

1973
Amilcar Cabral, dirigente da luta de libertação da Guiné e Cabo Verde, é assassinado por um bando mercenário a soldo da PIDE, chefiado por Alpoim Galvão;

1974, 25 de Abril
Fernando Carvalho Gesteira, de Montalegre, José James Barneto, de Vendas Novas, Fernando Barreiros dos Reis, soldado de Lisboa, e José Guilherme Rego Arruda, estudante dos Açores, são assassinados a tiro pelos pides acoitados na sua sede na Rua António Maria Cardoso, são ainda feridas duas dezenas de pessoas.
A PIDE acaba como começou, assassinando. Aqui não ficam contabilizadas as inúmeras vítimas anónimas da PIDE, GNR e PSP em outros locais de repressão.

Mais ainda

Podemos referir, duas centenas de homens, mulheres e crianças massacradas a tiro de canhão durante o bombardeamento da cidade do Porto, ordenada pelo coronel Passos e Sousa, na repressão da revolta de 3 de Fevereiro de 1927. Dezenas de mortos na repressão da revolta de 7 de Fevereiro de 1927 em Lisboa, vários deles assassinados por um pelotão de fuzilamento, à ordens do capitão Jorge Botelho Moniz, no Jardim Zoológico.

Dezenas de mortos na repressão da revolta da Madeira, em Abril de 1931, ou outras tantas dezenas na repressão da revolta de 26 de Agosto de 1931. Um número indeterminado de mortos na deportação na Guiné, Timor, Angra e no Cunene. Um número indeterminado de mortos devido à intervenção da força fascista dos "Viriatos" na guerra civil de Espanha e a entrega de fugitivos aos pelotões de fuzilamento franquistas. Dezenas de mortos em São Tomé, na repressão ordenada pelo governador Carlos Gorgulho sobre os trabalhadores que recusaram o trabalho forçado, em Fevereiro de 1953. Muitos milhares de mortos durante as guerras coloniais, vítimas do Exército, da PIDE, da OPVDC, dos "Flechas", etc.

Estou farto deste computador...


Acho que vou fazer um reboot... ora deixa cá ver... Ctrl+Alt+Del :)