A censura voltou, mas está mais esperta. É astuta que nem uma raposa. Está dissimulada e avança sem pressas. Pé ante pé, com o consentimento de todos os que se calam perante as suas tímidas investidas, vai conquistando palmo a palmo terreno na sociedade portuguesa.
Agora foi a vez do Professor Martelo que, com a isenção que lhe era possível, e, devo dizê-lo, que excedeu claramente as minhas expectativas sendo ele um militante tão laranja, foi acusado pelos próprios pares de estar contra (e muito bem, no meu entender) o (des)governo, contra o partido, contra a pátria e sabe-se lá se contra o mundo e Deus. O Dr. Marcelo Rebelo de Sousa, com a classe que lhe é inegável, saiu sem dizer uma palavra. A meu ver ele deveria fazê-lo no próximo Domingo, "on the air", explicando porque sai.
Ficar representaria ir contra a vontade do partido, ou pelo menos contra a vontade reinante do partido. Ficar poderia originar cisões e muito mais polémica do que a sua saída eventualmente está e irá causar. E a última coisa que o PSD precisa neste momento, em que tem um novo (des)governo a querer mostrar trabalho para se apresentar de "cara lavada" nas próximas eleições, é de ver a sua roupa suja lavada em público.
Mas não se pense que, mesmo após o desmentido em público do ministro dos assuntos parlamentares, de que a sua intenção não era afastar o Prof. Martelo dos comentários (mas sim inserir "justeza" - não arrisco dizer justiça - na actualidade de comentários políticos), esta tática é nova! E não se esfreguem os olhos e não se leia nas entrelinhas, que vai-nos escapar o óbvio. O que é facto é que o objectivo primordial foi atingido. Os comentários pararam! O Prof. Martelo ter saído, pode ou não ser um efeito colateral, mas esta tática de acusar e, depois do mal estar feito, pedir desculpa porque não era aquilo que se queria, é cada vez mais usada e não pode ser entendida como um erro inocente. Porque não o é! É apenas e só mascarada como um erro inocente! Como o menino traquinas que, mesmo sabendo o que iria acontecer, partiu o vaso da mãe e depois pede desculpa com a maior cara-de-pau que só eles (os meninos traquinas) sabem fazer.
Até agora essa tática era apanágio do Paulo Tortas (alguém ainda se lembra do Caso Moderna?) e os seus 40 lambões mas já foi usada por EmBushte filho e, consequentemente, por Durão Burroso (embora não tão às claras) aquando da justificação da guerra do petróleo e do envio de tropas para o Iraque. Agora Santana Flops & His Boys começa a testá-la, porque o povo é sereno e resmunga mas não reclama utilizando as ferramentas legais. Mas a paciência do povo tem limites e se, da última vez, a revolução foi pacífica, numa próxima isso não é um facto garantido! E estes meninos traquinas estão a precisar de levar umas palmadas no rabo!! Mas só aos que não gostam :). Os outros levam um puxão de orelhas!
=:P
É por essas e por outras que me mantenho apartidário!
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1 comentário:
Pois que as "politiquices" estão cada vez mais patéticas! Será que ainda (os do poleiro) não perceberam que nós, o povo, não somos estúpidos!?? Tudo bem que os Portugas têm sempre este ar de quem nada sabe, de quem não quer saber, de que prefere ver a "Quinta das Celebridades" a aproveitar o excelente horário do Jornal da 2... mas não nos pisem os calos! Outro 25 de Abril? 'Bora lá! Pode ser que a minha geração, a de 74, possa finalmente mostrar que vale muito! Sim porque isto de ter nascido pós 25th April proporcionou uma certa letargia no sangue.
Agora em relação ao Prof. Martelo. Hum! Para mim isto é tudo uma estratégia... já estou a ver, talvez não nas próximas eleições porque não me parece que os portugueses (e as portuguesas - lol) irão votar PSD/CDS (ou vice-versa?), o Martelo como Ministro, o Cavaco nessa altura será o Presidente da República e todos os outros que têm vindo defender o Martelo publicamente (agindo de forma estranha contra o seu próprio partido!??) já têm asseguradas umas cadeiritas nos Ministérios e Secretarias de Estado.
Entretanto o tanso do Flopes entrou com o intuito de garantir a sua promoção pessoal, pensava ele, e o que lhe restou foi ser o "azarado" que ficou com a batata quente do Durão (deu de frosques na hora H, em nome da Nação está claro e sem qualquer intenção de autopromoção lol). Tal como o Fernando Nogueira, na transição Cavaco/Guterres, o Flopes queimou-se e bem!
Venha quem vier, da esquerda, da direita ou do centro (isto existe em Portugal?) são todos iguais e nenhum lá chega com ficha limpa. O mais engraçado é que têm todos ar de quem dorme profundamente e que nada amola a consciência (se é que a têm).
Outra coisa que me repugna é o facto de, e nisto a comunicação social tem muita culpa (vendidos!), isto me parecer uma manobra de diversão. Enquanto estamos ocupados com esta novela, distraímo-nos de questões bastante importantes como o aumento diário do petróleo, da crise económica que persiste e dúvido que passe tão depressa, a nossa presença no Iraque, novo referendo Aborto, despenalização de drogas, a taxa de desemprego, ah! as listas de colocação de professores (que vergonha), entre tantas outras questões realmente importantes. Claro que a mera possibilidade de Censura é das mais importantes, mas a mim não me convencem que é isso que está em causa. É sim uma grande manobra política.
PS: se os governos tivessem mais mulheres as coisas seriam um pouquinho diferentes. Não sou feminista, mas sou feminina e acho que o equilíbrio seria benéfico para todos. Não gosto de mulheres que acham que deveriam ter nascido homens! Seria uma mais-valia termos à frente mulheres que se assumem como tal e que levem o seu melhor para os cargos que ocupam ou poderiam ocupar.
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