Ontem, por volta das 22:00, os carabinieri fecharam o acesso à basílica onde o papa "descansa", uma vez que se estava a tornar incomportável ter tanta gente a querer visitar os restos mortais do sucessor de Pedro.
Num mundo normal eu pensaria que, mais que não fosse pelo respeito que é devido à pessoa e às circunstâncias que a envolvem, as pessoas acatariam as ordens (pedidos?) e, mesmo que não desmobilizassem, aguardassem em paz pela possibilidade de continuarem a sua "peregrinação". Não foi isso que eu vi na TV. O que vi foram pessoas a saltar grades, romperem barreiras, com a alegria de quem conseguiu entrar "à pala" num jogo de futebol, num concerto, num qualquer evento mediático em que a ostentação e não a sobriedade, se impunham. Por trás dos seus sorrisos vi mesquinhez, egoísmo, ganância e fiquei triste.
Um homem quase que espumava porque tinha faltado ao emprego, viajado da Polónia, para ver o papa e não (o) tinham informado que, depois das 22:00, tal seria impossível. Como se o facto de ele ter viajado de tão longe e faltado ao emprego justificasse fosse o que fosse. Como se a importância que ele atribuiu a ver o papa se pudesse sobrepor ao facto da saúde de milhares de pessoas poder estar seriamente posta em causa devido ao afluxo anormal de pessoas à própria cidade de Roma, quando mais à basílica...
Não que eu seja um grande apoiante quer da instituição papal, quer da igreja (católica ou outra), embora lhes reconheça algum valor e muito potencial para efectivamente fazerem o bem ao invés de apenas o apregoarem, mas que hei eu de pensar quando os seu ditos seguidores são os primeiros a quebrar as regras?
quinta-feira, abril 07, 2005
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