À beira do mar encontrei este artigo que me fez pensar.
Fez-me pensar no futuro no masculino mas também no futuro no feminino. Esta senhora (Marian Salzman) apregoa a "nova sexualidade" masculina com a mesma facilidade como quem decide comprar uma garrafa de Sumol, sabor tradicional mas requintado, ao invés da nova Diet Pepsi, com 0 calorias e amiga da linha.
Mas e a übersexualidade feminina? Não terão as mulheres mudado também o seu papel nas últimas décadas? Não passaram elas de "meras" donas de casa a empresárias e CEO's de sucesso? Não terá a mulher comum abandonado o avental, os rolos no cabelo (e a rede a segurá-los) e os chinelos pelos vestidos, madeixas e sapatos de salto (já para nem falar nos jeans)? E não estará a sociedade em geral e as mulheres especificamente, a perceber que a natalidade está a ser afectada por ser incompatível com carreiras de sucesso? Não estará na altura de a mulher voltar a ter um papel mais familiar mas, ao mesmo tempo mais evoluído? Reinvidicar tempo suficiente para pelo menos amamentar os filhos, reinvindicar tempo igual ao seu parceiro (caso haja) para que ambos possuam as mesmas oportunidades (e contrariedades) na educação dos filhos? Que é tempo dela retomar o controlo da vida familiar sem que isso signifique abandonar a carreira e voltar aos chinelos, avental e rolos no cabelo? Sem que isso implique ter de ir cedo para casa para fazer o jantar? Não estamos no tempo da mulher exigir à sociedade e aos seus parceiros a verdadeira igualdade no tratamento e não apenas a igualdade que lhe serve (rejeitando a que não lhe serve)?
Creio que sim. Creio que a übermulher (super-mulher era a outra, com as braceletes e a tiara e o vestido sexy cheio de "Stars n'stripes") deve reinvindicar os valores familiares. Tem de se impor na sociedade como profissional e como mãe de familia. E, se o facto de ser mãe de família a (pode) prejudicar, deve exigir que os companheiros sejam pais de família para que não haja descriminação (ou seja independente dos sexos - podendo tornar a velha guerra entre casados e solteiros mais tangível)! E deve exigir que o seu companheiro ajude nas tarefas da casa (mesmo com empregadas - ou domésticas para as mais tiazooorras), que ambos eduquem os filhos e não deixem essa penosa e demoradamente constante tarefa apenas para os professores (que nunca poderão suplantar os pais, serão no máximo um suporte e/ou um complemento destes).
É tempo de deixar de passar horas em frente ao espelho, de gastar fortunas em salões de beleza para compensar as faltas ao ginásio, de deixar de cobiçar todos os vestidos e pares de sapatos que se vêm nas montras mas que sabem de antemão que apenas os vestirão uma vez, quando muito.
A übermulher é uma mulher prática, evoluída, mas ao mesmo tempo mais próxima da sua família. É uma mulher que não tem medo de (re)tomar o controlo da situação familiar, da relação com o seu parceiro, de transmitir à sociedade (sim, sociedade, porque mais do que os homens, ela precisa convencer as suas companheiras) o seu valor e a necessidade dela poder desempenhar esse papel em condições. Ela tem de voltar a ser o pilar da família, sem ser o velho, decadente e imóvel pilar que, sofrendo em silêncio, sustentava toda a casa à sua volta.
Eu sou a favor do übersexualismo... em conjunto!
quinta-feira, outubro 27, 2005
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1 comentário:
excelente post. concordo completamente contigo. aliás, eu tenho esse objectivo máximo de me transformar numa ubermulher. para já ainda só estou na parte do "sucesso" na carreia, mas espero caminhar rapidamente para a parte familiar e atingir a tão desejada harmonia que parece tão distante nos dias de hoje...
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