De um modo geral, a democracia funcionou e venceu em toda a frente. Inclusivé na frente das virtudes e dos defeitos. Mas teve uns efeitos perversos, mostrando uma realidade perigosa que, creio, em breve será assimilada pelos partidos. Falo dos independentes à força. Dos candidatos que, renegados pelos seus partidos por estarem a ser alvo de investigações judiciais enquanto autarcas, decidiram concorrer (e vencer) as eleições, mostrando o quanto errado está o nosso sistema judicial e o quanto o populismo vence quando confrontado com a "força" (forca?) dos partidos. A única excepção foi Avelino Ferreira, mas também foi o único que incrivelmente conseguiu ser "condenado" (não se pôde recandidatar no "seu" concelho, tentou "comer em passagem" o concelho vizinho).
Essa foi a parte boa. O povo votou e elegeu quem quis para o liderar, ao contrário das legislativas em que se vota nos partidos.
A parte má resumia-se a uma frase da minha irmã: Mas o país só tem 2 partidos? Quase, diria eu! Quase. Assim não há democracia que aguente. Não há democracia que aguente um sistema judicial que iliba autarcas e deputados! Que os coloca, como representantes do povo, não ao seu lado mas num patar acima deles e acima da própria justiça. Um sistema podre que não tem coragem nem se sente legitimizado para, por exemplo, advertir exemplarmente Alberto João e Mário Soares pelas declarações feitas a público. Sim, fala-se muito da declaração de Soares no apelo ao voto no filho (da qual não acredito que saia mais do que um puxão de orelha), mas não se ouve falar da ameaça que Alberto João fez na madeira, relativamente aos apoios do governo regional às autarquias caso o PS ganhasse alguma câmara... Aliás Alberto João, mais do que a "Fatinha", ou o "Valentão", representa o que de podre vai nesta sociedade. Ninguém o suporta, mas ninguém tem a coragem de correr com ele. Apoiado por isso mesmo, e talvez pela idade já avançada, Alberto João tem-se tornado cada vez mais uma chaga irritante e purulenta. Desafia tudo e todos e, como não há quem "lhe jogue a mão à trela", não tem sequer pejo em "morder a mão do dono". Sente-se dono e senhor e, diga-se em abono da verdade, no lugar dele eu sentiria provavelmente o mesmo pelo que sinceramente não o critico mas sim aos que, podendo, decidem não colocar um limite às baboseiras, incongruências e ataques ao espírito democrático.
terça-feira, outubro 11, 2005
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2 comentários:
mais uma destas e dou de frosques...este país está mesmo a cheirar mal!
Vamos mas é fazer como a Rititi, pá! Vamos para Espanha vivê-la como deve de ser e continuamos a falar mal de Portugal!
(não tive pachorra para me logar :)
Denis
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