Pesquisas Inconformadas

sexta-feira, fevereiro 20, 2009

A bela teta - Clément Marot

(literatura francesa da Renascença - século XVI)

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A bela teta

Teta mais branca do que um ovo,
Teta de cetim branco e novo,
Teta que faz inveja à rosa
E mais do que tudo é formosa,
Teta dura, nem teta, sim
Pequena bola de marfim,
Bem no meio da qual aflora,
Rubra, uma cereja ou amora,
Que, aposto com vossa mercê,
Ninguém apalpa, ninguém vê.
Teta de bico cor de sangue,
Teta que nada tem de langue
E, indo ou voltando, não balança,
Quer em corrida, quer em dança.
Teta esquerda, pequenininha,
Sempre distante da vizinha,
Teta que dás fiel imagem
Do restante da personagem,
Quem te vê, que tentação
De te conter dentro da mão
E comprimir-te e apalpar-te;
Mas é melhor deixar-se de artes
E não o fazer, pois prevejo
Que lhe viria outro desejo!
Teu bom tamanho não engana,
Teta madura que dás ganas,
Teta que um só anelo expressa:
"Casai comigo bem depressa!"
Teta que incha e quer ir além
Do corpete que ora a detém.
Oh! felizardo quem te encher
De leite para te fazer,
De ti que és teta de donzela,
Teta de mulher plena e bela.

quinta-feira, fevereiro 19, 2009

O poligrota

   'O POLIGROTA'

*É verdade matemática que ninguém pódi negá, **
que essa história de gramática só serve pra atrapaiá.
Inda vem língua estrangêra ajudá a compricá.
Meió nóis cabá cum isso pra todos podê falá.
 
Na Ingraterra ouví dizê que um pé de sapato é xu.
Desde logo já se vê, dois pé deve sê xuxu.
Xuxu pra nóis é um legume que cresce sorto no mato.
Os ingrêis lá que se arrume, mas nóis num come sapato.
 
Na Itália dizem até, eu não sei por que razão,
que como mantêga é burro, se passa burro no pão.
Desse jeito pra mim chega, sarve a vida no sertão,
onde mantêga é mantêga, burro é burro e pão é pão.
 
Na Argentina, veja ocêis, um saco é um paletó.
Se o gringo toma chuva tem que pô o saco no sór.
E se acaso o dito encóie, a muié diz o pió:
''Teu saco ficô piqueno, vê se arranja ôtro maió'...
 
Na América corpo é bódi. Veja que bódi vai dá.
Conheci uma americana doida pro bódi emprestá.
 Fiquei meio atrapaiado e disse pra me escapá:
 Ói, moça, eu não sou cabra, chega seu bódi pra lá!
 
Na Alemanha tudo é bundes. Bundesliga, bundesbão.
Muita bundes só confunde, disnorteia o coração.
Alemão qué inventá o que Deus criou primêro.
É pecado espaiá o que tem lugar certêro.
 
No Chile cueca é dança de balançá e rodá.
Lá se dança e baila cueca inté a noite acabá.
Mas se um dia um chileno vié pro Brasir dançá,
que tente mostrá a cueca pra vê onde vai pará.
 
Uma gravata isquisita um certo francês me deu.
Perguntei, onde se bota? E o danado respondeu.
Eu sou home confirmado, acho que num entendeu,
Seu francês mar educado, bota a gravata no seu!
 
Pra terminar eu confirmo, tem que se tê posição.
Ô nóis fala a nossa língua, ô num fala nada não.
O que num pode é um povo fazê papér de idiota,
dizendo tudo que é novo só pra falá poligrota... *
 

                                               * (Autor desconhecido)*

 

sexta-feira, fevereiro 13, 2009

Gritar baixinho

Há muito que não escrevo um original aqui... não por falta de inspiração, mas de tempo... tempus fugit.
 
Mas a escrita em mim é uma catarse, portanto aqui vai.
 
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Às vezes apetece-me gritar baixinho,
Tão forte, tão alto,
Que todo o mundo fica surdo de não me ouvir.
 
Tomar todas as decisões,
As certas e mesmo as erradas,
Para que nenhuma fique por decidir.
 
Faz-me falta o riso despreocupado
Daqueles que têm o peso do mundo nos ombros.
E a seriedade nervosa dos comediantes.
 
Dói-me o peito de tanto pensar,
Pesam-me as ideias para inovar,
Estou alerta para novos meios tradicionais.
 
Reajo, contraio-me, contrario-me até!
Avanço, pé ante pé.
E o meu corpo reaje num escarnecer.
 
Em tempos difíceis o fácil é desistir,
É acabar por não ir,
Encolher os ombros enquanto se abana a cabeça,
Não lembrar as coisas para que ninguém as esqueça.
 
A verdade não dói mais que o insistir na mentira.
Mas a mentira não tem culpa das ilusões que criamos em nós.
E a aposta no futuro é sempre a mais difícil de concretizar.

Mia couto: NOVOS RICOS

Se nunca leram um livro de Mia Couto, posso garantir que o investimento é seguro.
 
Estas linhas abaixo (2 textos) são relativas a Moçambique, mas ninguém diria... assim de soslaio 80 a 90% do que ele descreve podia ser cá...
 
Relativamente ao Jet7 recordo-me especialmente de uma "senhora" (que Senhora seria, se se portasse à altura da conta em que ela própria se atribui) de apelido Jardim (santanete) que, numa deslocação a uma empresa de telemóveis cuja sede é ali em Entrecampos, não esteve de meias medidas e estacionou o seu Alfa Romeu, ao invés de paralelo à faixa de rodagem, como os restantes, deve ter entendido que isso era demasiado vulgar para uma figura do "Jetesete" e deixou o "fiat" atravessado de tal forma que a roda dianteira direita estava no passeio (o que vale é que este era largo, mas não creio que ela tenha pensado nos transeuntes, a não ser em que ELES é que se deviam desviar do seu carro!) e a (roda) traseira esquerda estava no meio da faixa de rodagem, o que foi um excelente momento para testar a vivacidade de reflexos dos que circulavam na faixa direita da Av. Álvaro Pais (como se a cidade de Lisboa não fosse já rica em "testes surpresa" de todos os tipos). Note-se que naquela zona é uma curva larga, o que aumenta o grau de dificuldade (e portanto, o de destreza) dos automobilistas. Nessa mesma noite, não posso precisar, mas certamente na mesma semana foi vê-la na TV a comentar, junto com outros "notáveis" (uns, mais que outros - tê-la ao lado da Joana Lemos foi uma piada, certamente) a condução e a falta de civismo dos condutores portugueses... não reparei, mas de certeza que o "Fiat Premium" não trazia espelhos!


País dos dez por cento - Mia Couto

Havia um país em que tudo funcionava na base dos dez por cento.

Era o médico: - Mandas-me esse doente e eu pago-te 10%.

Era a criança de rua para um candidato a criança de rua: - Deixo-te guardar carros na minha área e dás-me 10 por cento.

Era o chefe: - Deixo a vossa empresa ganhar o concurso e vocês retribuem com 10 por cento.

Era o polícia: - Estou a telefonar para lembrar aquela multa que perdoei... recorde-se do combinado.

Era o director: - Coloquei-te no projecto como técnico... já sabes, não é?

Era o outro chefe em sussurro para o empresário estrangeiro: - Podem investir no nosso país mas... há comissões, é normal...

Tudo parecia correr bem, no país dos dez por cento. Na aparência, pelo menos... As pessoas trabalhavam a dez por cento, sonhavam nessa percentagem, viviam nessa escassa perspectiva. Tudo a dez por cento.

Mesmo a esperança a ser investida no futuro ocupava apenas uma fracção do coração.

Certo dia, porém, alguém pensou tomar uma iniciativa a 100 por cento. Meu dito, meu feito. O homem arregaçou as mangas e trabalhou.

E logo os amigos, familiares e colegas desataram a rir. Que o esforço seria em vão. Porque, nesse país, o construir era entendido como "comer". E ninguém pode "comer" sozinho. Viria o fiscal e pediria 10 por cento. Viria o camarário e pediria 10% para as licenças. Viria o ministerial e exigiria 10 por cento. Ou mais.

No final, ele acabaria por ficar com menos de 10 por cento das ideias, e do esforço aplicado resultaria quase nada. Que no país dos dez por cento o melhor é não fazer. O melhor é não construir, nem trabalhar. O que é bom e saudável é parasitar os que querem fazer. Sobretudo, os que querem fazer a cem por cento.

E assim, embora aparentando toda a normalidade, o país a dez por cento padecia de uma doença fatal. O problema é que um país a dez por cento só pode ser dez por cento país!

Mia Couto in Beco com saída - Revista mais

 

Receita para um "jet-set" nacional - Mia Couto

Já vimos que, não é preciso ser rico. O essencial é parecer rico. Entre parecer e ser vai menos que um passo, a diferença entre um tropeço e uma trapaça.

No nosso caso, a aparência é que faz a essência. Daí que a empresa comece pela fachada, o empresário de sucesso comece pelo sucesso da sua viatura, a felicidade do casamento se faça pela dimensão da festa. A ocasião, diz-se, é que faz o negócio. E é aqui que entra o cenário dos ricos e candidatos a ricos: a encenação do nosso "jet-set".

O "jet-set" como todos sabem é algo que ninguém sabe o que é. Mas reúne a gente de luxo, a gente vazia que enche de vazio as colunas sociais. O jet-set moçambicano está ainda no início. Aqui seguem umas dicas que, durante o próximo ano, ajudarão qualquer pelintra a candidatar-se a um jet-setista. Haja democracia! As sugestões são gratuitas e estão dispostas na forma de um pequeno manual por desordem alfabética:

Anéis - São imprescindíveis. Fazem parte da montra. O princípio é: quem tem boa aparência é bem aparentado. E quem tem bom parente está a meio caminho para passar dos anéis do senhor à categoria de Senhor dos Anéis O jet-setista nacional deve assemelhar-se a um verdadeiro Saturno, tais os anéis que rodeiam os seus dedos. A ideia é que quem passe nunca confunda o jet-setista com um magaíça*, um pobre, um coitado. Deve-se usar jóias do tipo matacão, ouros e pedras preciosas tão grandes que se poderiam chamar de penedos preciosos. A acompanhar a anelagem deve exibir-se um cordão de ouro, bem visível entre a camisa desabotoada.

Boas maneiras - Não se devem ter. Nem pensar. O bom estilo é agressivo, o arranhão, o grosseiro. Um tipo simpático, de modos afáveis e que se preocupa com os outros? Isso, só uma pessoa que necessita de aprovação da sociedade. O jet-setista nacional não precisa de aprovação de ninguém, já nasceu aprovado. Daí os seus ares de chefe, de gajo mandão, que olha o mundo inteiro com superioridade de patrão. Pára o carro no meio da estrada atrapalhando o trânsito, fura a bicha, passa à frente, pisa o cidadão anónimo. Onde os outros devem esperar, o jet-setista aproveita para exibir a sua condição de criatura especial. O jet-setista não espera: telefona. E manda. Quando não desmanda.

Cabelo - O nosso jet-setista anda a reboque das modas dos outros. O que vem dos americanos: isso é que é bom. Espreita a MTV e fica deleitado com uns moços cuja única tarefa na vida é fazer de conta que cantam. Os tipos são fantásticos, nesses video-clips: nunca se lhes viu ligação alguma com o trabalho, circulam com viaturas a abarrotar de miúdas descascadas. A vida é fácil para esses meninos. De onde lhes virá o sustento? Pois esses queridos fazem questão em rapar o cabelo à moda militar, para demonstrar a sua agressividade contra um mundo que os excluiu mas que, ao que parece, lhes abriu a porta para uns tantos luxos. E esses andam de cabelo rapado. Por enquanto.

Cerveja - A solidez do nosso matreco vem dos líquidos. O nosso candidato a jet-setista não simplesmente bebe. Ele tem de mostrar que bebe. Parece um reclame publicitário ambulante. Encontramos o nosso matreco de cerveja na mão em casa, na rua, no automóvel, na casa de banho. As obsessões do matreco nacional variam entre o copo e o corpo (os tipos ginasticam-se bem). Vazam copos e enchem os corpos (de musculaças). As garrafas ou latas vazias são deitadas para o meio da rua. Deitar a lata no depósito do lixo é uma coisa demasiado "educadinha". Boa educação é para os pobres. Bons modos são para quem trabalha. Porque a malta da pesada não precisa de maneiras. Precisa de gangs. Respeito? Isso o dinheiro não compra. Antes vale que os outros tenham medo.

Chapéu - É fundamental. Mas o verdadeiro jet-setista não usa chapéu quando todos os outros usam: ao sol. Eis a criatividade do matreco nacional: chapéu ele usa na sombra, no interior das viaturas e sob o tecto das casas. Deve ser um chapéu que dê nas vistas. Muito aconselhável é o chapéu de cowboy, à a Texana. Para mostrar a familiaridade do nosso matreco com a rudeza dos domadores de cavalos. Com os que põe o planeta na ordem. Na sua ordem.

Cultura - O jet-setista não lê, não vai ao teatro. A única coisa que ele lê são os rótulos de uísque. A única música que escuta são umas "rapadas e hip-hopadas" que ele generosamente emite da aparelhagem do automóvel para toda a cidade. Os tipos da cultura são, no entender do matreco nacional, uns desgraçados que nunca ficarão ricos. O segredo é o seguinte: o jet-setista nem precisa de estudar. Nem de ter Curriculum Vitae. Para quê? Ele não vai concorrer, os concursos é que vão ter com ele. E para abrir portas basta-lhe o nome. O nome da família, entenda-se.

Carros - O matreco nacional fica maluquinho com viaturas de luxo. É quase uma tara sexual, uma espécie de droga legalmente autorizada. O carro não é para o nosso jet-setista um instrumento, um objecto. É uma divindade, um meio de afirmação. Se pudesse o matreco levava o automóvel para a cama. E, de facto, o sonho mais erótico do nosso jet-setista não é com uma Mercedes. É, com um Mercedes.

Fatos - Têm de ser de Itália. Para não correr o risco do investimento ser em vão, aconselha-se a usar o casaco com os rótulos de fora, não vá a origem da roupa passar despercebida. Um lencinho pode espreitar do bolso, a sugerir que outras coisas podem de lá sair.

Simplicidade - A simplicidade é um pecado mortal para a nossa matrecagem. Sobretudo, se se é filho de gente grande. Nesse caso, deve-se gastar à larga e mostrar que isso de país pobre é para os outros. Porque eles (os meninos de boas famílias) exibem mais ostentação que os filhos dos verdadeiros ricos dos países verdadeiramente ricos. Afinal, ficamos independentes para quê?

Óculos escuros - Essenciais, haja ou não haja claridade. O style - ou em português, o estilo - assim o exige. Devem ser usados em casa, no cinema, enfim, em tudo o que não bate o sol directo. O matreco deve dar a entender que há uma luz especial que lhe vem de dentro da cabeça. Essa a razão do chapéu, mesmo na maior obscuridade.

Telemóvel - Ui, ui, ui! O celular ou telemóvel já faz parte do braço do matreco, é a sua mais superior extremidade inferior. A marca, o modelo, as luzinhas que acendem, os brilhantes, tudo isso conta. Mas importa, sobretudo, que o toque do celular seja audível a mais de 200 metros. Quem disse que o jet-setista não tem relação com a música clássica? Volume no máximo, pelo aparelho passam os mais cultos trechos: Fur Elise   de  Beethoven,a  Rapsódia Húngara de Franz Liszt, o Danúbio Azul de Strauss. No entanto, a melodia mais adequada para as condições higiénicas de Maputo é o Voo do Moscardo. Última sugestão: nunca desligue o telemóvel! O que em outro lugar é uma prova de boa educação pode, em Moçambique, ser interpretado como um sinal de fraqueza. Em Conselho de Ministros, na confissão da Igreja, no funeral do avô: mostre que nada é mais importante que as suas inadiáveis comunicações. Você é que é o centro do universo!

quarta-feira, fevereiro 11, 2009

"Poema para o namorado", Leila Míccolis

Nesta época, adequa-se. Só posso dizer que infelizmente, nem todas têm esta sorte... ainda há aí muito "macho" que padece do síndroma da auto-satisfação.

Leila Míccolis
 


Poema para o namorado

O teu lado feminino erotiza-me:
são belos, sensuais e muito caros
certos instantes gostosos, em que te encaro
menos como homem e mais como menina:
quando passas os teus cremes para a pele,
ou pões o avental para cozinhar,
ou quando em mim te esfregas
até gozar os teus gozos sem fim,
ou quando as tuas mãos, leves e lésbicas,
desabam como plumas sobre mim.

Amigos do ambiente

Quando o monitor está todo branco (uma página do Word, por exemplo), o computador consome cerca de 74 watts. Quando está todo preto, utiliza, em média, 59 watts. Partindo deste princípio, há alguns meses atrás, Mark Ontkush escreveu um artigo sobre a economia que poderia ser feita se a página do Google possuísse um fundo preto em vez de branco. Levando em conta a altíssima popularidade do site, seriam economizados, segundo os cálculos de Mark, cerca de 750 megawatts/hora por ano.

Em resposta ao post, o Google criou uma versão toda escura do seu search engine chamada Blackle.com, que funciona exactamente igual à versão original mas consome menos energia.

http://www.blackle.com/

Cuidado com os conxambranços e chumbregâncias...

Antigamente era assim que se "curavam" os violadores...

sexta-feira, fevereiro 06, 2009

AI Newsletter Quinzenal Janeiro



Cabecalho.jpg
 
Campanha de IRS da AI Portugal Foi ontem, 5 de Fevereiro, lançada a Campanha de IRS da AI Portugal. À semelhança do que aconteceu no ano passado, este ano quando fizer o seu IRS pode doar 0,5% do valor do Imposto sobre o Rendimento à secção portuguesa da Amnistia Internacional, sem qualquer custo para si. Basta preencher o Quadro 9 do Anexo H, como demonstra o site da campanha, em www.irs2009amnistia.com. O valor doado será retirado da parte do IRS que ficaria para o Estado. Assim, só precisa de fazer uma cruz e de escrever o nosso Número de Contribuinte (501 223 738). A si não custa nada e esta é uma das principais fontes de receita da Amnistia Internacional Portugal. Ajude-nos a promover e a defender os direitos humanos. Contamos consigo! Passe a palavra divulgando o site desta campanha.
 
MGF_Direitos_270.jpgLançamento de estudo sobre Mutilação Genital Feminina – Hoje, 6 de Fevereiro, assinala-se o Dia Internacional de Tolerância Zero à Mutilação Genital Feminina (MGF). Uma prática criminosa que viola os direitos humanos da mulher e que já vitimou cerca de 140 milhões de pessoas em todo o mundo. É uma tradição ancestral em muitos países africanos, mas o que talvez não saiba é que a Mutilação Genital é também praticada em Portugal, por via das comunidades imigrantes.

É isto que prova o estudo "Mutilação Genital Feminina em Portugal", realizado por Sandra Piedade no âmbito da sua tese de mestrado em Psicologia Social e das Organizações, pelo Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa. Uma investigação que conta com o apoio da Amnistia Internacional Portugal e que vai ser lançada dia 9 de Fevereiro, pelas 18 horas, na Biblioteca da Escola Superior de Comunicação Social, em Lisboa.

O estudo será apresentado pela sua orientadora, Professora Carla Moleiro, e no seu seguimento falarão: Ibraim Balde, da Associação Uallado Folai, que conhece a realidade da MGF em Portugal; Alice Frade, da Associação para o Planeamento da Família, que apresentará o Plano Nacional de Luta contra a Mutilação Genital Feminina; e Sónia Pires, do Grupo de Juristas da AI, que dará a conhecer um parecer jurídico sobre o tema. A entrada é livre, mas agradecemos que confirme presença para o email f.marques@amnistia-internacional.pt. O estudo estará depois disponível em www.amnistia-internacional.pt
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quinta-feira, fevereiro 05, 2009

Seinfeld - tudo começou assim

Estreia do Seinfeld em TV.

Repara-se como ele começa a tentar descontrair o público e tenta disfarçar o nervoso brincando com o Mic e ataca na frente mais cliché (mas eficaz) da comédia... o tempo. Mas em 30 segundos ganhou a audiência com a dica das fotos por satélite :).

Muito bom

http://www.youtube.com/watch?v=LSZsDZ0k5AE&NR=1

Humor - Os melhores anúncios dos placard’s paroquiais

    Asseguram que são textos reais, escritos em paróquias autênticas; o riso, certamente, será autêntico.

    Alguém se dedicou a copiar alguns avisos de placard's paroquiais e a fazê-los circular pela Internet.

    É uma chamada de atenção para o que se escreve e como se escreve nas nossas igrejas! 
     

    ANÚNCIOS PAROQUIAIS 

    Para quantos de entre vós têm filhos e não o sabem, temos um espaço preparado para as crianças. 

    Recordai na oração todos aqueles que estão cansados e desconfiam da nossa paróquia. 

    O torneio de basquet das paróquias continua com a partida da próxima quarta-feira à tarde: vinde animar-nos, enquanto procuramos derrotar Cristo Rei. 

    Por favor, metei as vossas ofertas dentro de um sobrescrito, juntamente com os defuntos que quereis fazer recordar. 

    O pároco acenderá a sua vela na do altar. O diácono acenderá a sua na do pároco e, voltando-se, acenderá um a um todos os fiéis da primeira fila. 

    Quarta-feira à tarde, ceia à base de feijocas no salão paroquial. Seguir-se-á o concerto. 

    O custo da participação na reunião sobre "oração e jejum" inclui as refeições. 

    O grupo de recuperação da confiança em si mesmos reúne-se na quinta-feira, às 7 da tarde. Por favor, usai a porta de trás. 

    Na sexta-feira, às 7 da tarde, as crianças do Oratório representarão "Hamlet" de Shakespeare, no salão da igreja. A comunidade está convidada a tomar parte nesta tragédia. 

    Queridas senhoras, não esqueçais a venda de beneficência! É um bom modo de vos libertardes das coisas inúteis que estorvam em casa. Trazei os vossos maridos. 

    O coro das pessoas de sessenta anos dissolver-se-á durante todo o Verão, com o agradecimento de toda a paróquia. 

    Na quinta-feira, às 5 da tarde, haverá uma reunião do grupo das mamãs. Roga-se a todas as que queiram fazer parte das mamãs que se dirijam ao pároco no cartório paroquial. 

    Tema da catequese de hoje: "Jesus caminha sobre as águas". A catequese de amanhã: "À procura de Jesus".

Se tu viesses ver-me hoje à tardinha

Florbela Espanca
 


Se tu viesses ver-me hoje à tardinha

Se tu viesses ver-me hoje à tardinha,
A essa hora dos mágicos cansaços,
Quando a noite de manso se avizinha,
E me prendesses toda nos teus braços...

Quando me lembra: esse sabor que tinha
A tua boca... o eco dos teus passos...
O teu riso de fonte... os teus abraços...
Os teus beijos... a tua mão na minha...

Se tu viesses quando, linda e louca,
Traça as linhas dulcíssimas dum beijo
E é de seda vermelha e canta e ri

E é como um cravo ao sol a minha boca...
Quando os olhos se me cerram de desejo...
E os meus braços se estendem para ti...

quarta-feira, fevereiro 04, 2009

Fotos do homem do momento

Seleccionei estas duas fotos de umas quantas que me mandaram porque foram as que mais mexeram comigo.

A primeira mostra um homem que se tenta concentrar para o caminho que tem à frente e que sabe que fundamentalmente as coisas só dependem dele.

A outra mostra alguém que aproveita todos os momentos para estar com quem ama. Ao contrário do que muitos pensam, trabalho e vida particular não devem ser mutuamente exclusivos. Não, não falo em levar trabalho para casa, digo que muitos se refugiam no trabalho para fugirem à vida que têm (criaram) em casa...

Um 2009 em grande.