Pesquisas Inconformadas

sexta-feira, setembro 26, 2003

Tortas, esse malandro!

Ontem cheguei a casa tarde, após alguns problemas para resolver no serviço e depois de andar a deambular pela cidade a tratar de assuntos. Não me apetecia jantar mas sentei-me no computador a tratar umas imagens que tinha tirado com a câmara digital, para as colocar num site. Não pude deixar de ouvir aquilo que passava na televisão. Aquela voz arrogante, pomposa e altamente penetrante que ecoava pela casa fora, escusando-se às perguntas feitas pela Judite de Sousa com uma habilidade de esgrimista capaz de envergonhar d'Artagnan, aí estava ele.

Paulo Portas

Se a classe política está cada vez mais afastada do "pobão" um dos líderes dessa vaga é, paradoxalmente, o líder do partido popular. Terminado o que me tinha proposto a fazer, e como não me queria deitar sem colocar nada no estômago, fui buscar um resto de melão (espanhol, com certeza, só sabia a água) ao frigo e sentei-me no sofá da sala com um tabuleiro, um guardanapo e uma faca. Enquanto cortava e comia as fatias ouvia a entrevistadora a fazer uma pergunta, não obter uma resposta, refazer a pergunta, de novo não obter uma resposta, tentar a abordagem directa "Ainda não respondeu à minha pergunta" e receber em troco várias perguntas. Respostas, 0.

Deve haver um qq síndrome da classe política que impede que os seus cérebros processem uma resposta simples e directa. Com efeito, os cérebros dos políticos, devem estar já tão treinados a não responderem à mais simples das perguntas sem antes pesarem os prós e os contras de cada possível resposta (num verdadeiro xadrez mental - seria o Kasparov político? huum) que pode ser perigoso perguntar-lhes o caminho para algum sítio, caso esteja perdido, ou, pior, onde fica o WC mais perto, caso esteja aflito.

Perdem-se em deambulações, demagogias, avanços e retrocessos e filosofias baratas. Causam autênticos malabarismos de palavras na esperança de que o espectador ignore/esqueça a pergunta e se delicie a ouvir o quão bem jogam com as palavras e quão complexo é o seu raciocínio para poderem responder directamente aquela pergunta. Mas que esperam eles? Ouvir um "Bravo! Bis!"? O povinho, do qual faço parte, já está farto de diálogo. O Engº António "3% do PIB ... é fazer as contas" Guterres arruinou por completo essa possibilidade. O povo está farto de palavras, quer acções. As palavras leva-as o vento. As acções, quando bem concretizadas, não carecem de (grande) explicação. Quando carecem é porque algo não foi bem pensado. E ontem o Dr. Paulo Portas nem sequer conseguiu explicar convenientemente o porquê de ter comprado dois submarinos que, em caso de guerra, de pouco nos valem. Chegou inclusive a invocar o saudosismo dos descobrimentos ao referir que não se admitia que Portugal, outrora a maior potência marítima mundial, não tinha hoje uma armada decente.

Já estou a imaginar um jornalista, novato, perdido nos corredores da AR perguntar-lhe:

J - Dr. Paulo Portas, pode-me dizer onde é o WC mais próximo?
PP - Bem há vários, tem um na ala norte, mas é demasiado próximo dos socialistas, se calhar é melhor não ir para esse. Tem um na ala sul, mas é colado às paredes dos gabinetes do PP e pode escutar algumas conversas privadas. Não esse tb não. Depois tem...
J - Desculpe, Dr. Paulo Portas, mas é urgente...
PP - Sim, sim. Eu compreendo a sua urgência. Quem não gosta de, quando a necessidade surje, ter logo ali um WC à mão? Mas já pensou nas intrincâncias de escolher adequadamente um WC? Afinal passamos grande parte das nossas vidas lá. Olhe, acho até que vou remodelar todos os WC públicos...
J - Talvez o Sr. não esteja a perceber... eu estou realmente aflitinho...
PP - Oh, claro! Bem como ia dizendo o da ala sul não, restam-lhe os da ala oeste e leste. O de leste é dos comunistas e dos bloquistas. Se calhar não ia aí, pode apanhar qq coisa, he he, percebe? E o da ala oeste é ...
J (após uns graves sons guturais) - Ah! Deixe estar, Dr., já não é preciso. Agora pode-me dizer como chamar a senhora da limpeza, ou podemos ficar aqui a ouvir o som da sua voz a ecoar pelos corredores...

E por aqui me fico...

quinta-feira, setembro 25, 2003

Paragem de Autocarro.

Será que há alguma paragem de autocarros em pleno Eixo Norte-Sul? É curioso como a certas horas do dia, mesmo ali por cima do Zoo, se juntam algumas pessoas todos os dias à mesma hora. Andarão à boleia? Não deve ser porque não se pode parar numa via rápida, excepto por avaria.

Sim, deve haver mesmo uma paragem de autocarros no Eixo Norte-Sul.

quarta-feira, setembro 24, 2003

Lixo ... jornalístico?

É incrível a quantidade de erros que os jornalistas dão. Faz-me confusão saber que não são os estrangeiros (imigrantes ou outros) que dão cabo dela. O verdadeiro perigo está no "Nacional Desenrascanso" e na forma como se fala e escreve por aproximação aquilo que deveria ser a forma correcta.

Aqui temos um exemplo flagrante, embora cómico. Se a imagem desaparecer, e para que esta ideia não morra porque se trata de uma notícia online, eu faço a transcrição em baixo!

http://www.portugaldiario.iol.pt/noticias/noticia.php?id=137890

Rezava assim o 1º parágrafo:

Árvores que nascem nos separadores centrais, colhões nas bermas, postes destruídos, rails danificados, restos de sinalização de obras são alguns dos problemas de que sofre o IC-19.

Como diria o Diácono... não havia nexexidadezeze... huum

Já a TVI, além de imperar pelo franco sensacionalismo (de envergonhar SIC nos seus tempos iniciais) também imperam os pontapés na gramática. São frequentes as "pérolas" nas notas de rodapé ou mesmo nos cabeçalhos das notícias.

Camões, o povo está alterado. Descansa em paz... se puderes!

terça-feira, setembro 23, 2003

Aviso à navegação - Suicídio implica tomarmos a nossa própria vida

Acabei de perder cerca de 1000 palavras sobre assuntos vários, relativamente a uma tristeza profunda que se me instalou no peito ontem à noite enquanto folheava um DN e ouvia as notícias no canal 5 da TVCabo. Eram só desgraças mas a que mais me chamou à atenção foi a do idiota que inverteu a marcha em plena AE.

A única coisa que me vem à cabeça, daí o título deste post, são as mensagens que o Hernan Toothrot deixava aos canibais e aos macacos de Monkey Island (para quem não sabe do que falo, este é um fantástico jogo de fantasia e puzzles da Lucasarts que já vai na 4ª edição):

ATENÇÂO SUICIDAS - O acto de suicídio implica tirarmos apenas a nossa própria vida.

Se retirar a vida de outros será considerado um ASSASSINO sem escrúpulos. Se quiser tirar a sua vida lembre-se primeiro que tal é ilegal pelo que deve acertar à primeira sob pena de incorrer num processo legal (ou internado no H. Miguel Bombarda) se falhar! Depois lembre-se que suicídio, excepto em algumas ocasiões previamente combinadas pelos possíveis intervenientes, não é em grupo. Se durante o acto tirar a vida a outros sem o seu prévio consentimento isso implica assassinato e poderá inclusive passar por um extremista islâmico, o que poderá causar alguns problemas à sua família se chega aos ouvidos do Cowboy Bush ou do Ariel (isto não é nome de detergente?) dos diamantes Sharon (especialmente se a sua família morar no médio oriente).

Perdi uma batalha, mas não perdi a guerra.

Nem tudo está perdido. Pelo menos o meu segundo post apareceu. Ok a minha confiança foi apenas beliscada e confirma-se que deve ter havido algum problema na transferência de criação daquele que seria o meu primeiro post...

A partir daqui vou dar asas ao pensamento. Deixar as coisas evoluirem. Ja tenho algumas coisas na calha e vou começar de seguida.

Ah! E esperar que o meu primeiro post apareça finalmente :).

Desespero

É com algum desespero que tento colocar o meu primeiro post. Sem sucesso. Segui todas as instruções mas quando faço publicar, nada acontece. Tentei Republicar todo o blog e fica a republicar para sempre. Isto faz-me lembrar quando perdi (ou tentei perder) a virgindade, aos 13 anos! Era tudo muito giro nos filmes, tudo muito fácil... até tentar e ver que dava um pouco mais de trabalho :).

O início

Aqui está o meu primeiro Blog. Tudo começou porque já tinha lido sobre os Blogs e, finalmente, um amigo meu me envia o Blog dele para ler... a saber :
Estações Diferentes

Pronto, foi o que bastou. É incrível como alguém que não vemos regularmente mas com quem privámos durante anos ainda nos consegue influenciar desta forma. Acho que a isto se chama afinidade intelectual. Obviamente não me estou a tentar colocar no mesmo nível que ele, apenas estou a dizer que sinto alguma afinidade com ele.

Thnx,