Para quem só agora sintonizou a estação Inconformado FM, consulte online os artigos:
http://cestdeboncoeur.blogspot.com/2006/05/com-mania.html
e
http://oinconformado.blogspot.com/2006/05/gajas-e-lingerie-pedido-da-patrcia.html
O Post de hoje é sobre o amante. Não obrigatoriamente sobre o namorado, o amigo colorido, o marido, o pai dos filhos delas, mas o Amante na verdadeira ascensão da palavra.
O ser humano é demasiado resistente à mudança e as lições de alguns poucos, no decurso da história, são reescritas e recontadas de acordo com os interesses de quem as reescreve e as reconta. Mas a verdade é que os grandes amantes da história (homens e mulheres) nos ensinaram uma lição que, independentemente da época em que era vivida, e apesar das pressões externas de as mascarar em algo mais, sempre conseguiram vir ao de cima. Rudolfo Valentino, Marquês de Sade, Casanova, Mata Hari para nomear pelo menos uma grande sedutora e amante ou, talvez o mais conhecido em toda a península ibérica, D. Juan.
Aos olhos de quem, na época, foi incapaz de acreditar que as histórias de vida destas personagens, como outras que não passaram ao conhecimento público geral, fossem verdade, transformou-as em fábulas, em histórias de pessoas cuja arte era a da sedução e tudo faziam em prol do seu prazer pessoal, egoístas, mesquinhas talvez, usavam os seus talentos (de onde faziam parte os seus corpos) apenas em proveito próprio... Mas os homens e mulheres que os amaram viram a realidade com outros olhos.
Qualquer um destes personagens teve vários amantes em simultâneo e isso era facilmente descoberto, tanto que o esforço para o esconder, na maioria dos casos, era mínimo. Então porque é que eles não foram mortos sumariamente, num ataque de ciúmes, ou expostos para serem achincalhados em público por um ou todos os seus inúmeros parceiros? Porque a verdade é que qualquer dos seus parceiros, passando o choque inicial e sendo capaz de colocar os estigmas societários de parte, os conseguia ver como alguém que era um seu verdadeiro amante. Alguém que os amava o tempo todo e que, apesar de poder ter outros amantes, nunca os amou de menos. A verdade é que o amor tudo conquista (dependendo da sua intensidade e do tempo) e os ódios, as invejas, os egoísmos e outros sentimentos mesquinhos e menores que eram inicialmente sentidos rapidamente se esfumavam aquando do sentir do calor da paixão nos braços da pessoa amada.
O amante é o cúmulo e, se não se tiver cuidado, a "desgraça", de muitas mulheres (especialmente as púdicas). É alguém que já passou por uma experiência de vida única e que lhe permite ver as relações amorosas como elas são (ou devem ser)... abertas, sinceras e sem concessões. Algumas, felizardas, conseguem ter o seu amante privado. Outras, conseguem que ele seja o pai dos seus filhos e/ou que seja seu por um período finito de tempo. E o que todas elas têm em comum é que, durante o tempo em que estiveram com eles, se sentiram realmente amadas, de corpo e alma, viradas do avesso e postas a secar ao sol, sem se importarem nada apenas ansiando pelo momento em que ele as tiraria da corda, as tratasse com carinho e se aconchegasse nelas. Esses momentos valem tudo porque são verdadeiros, honestos e sinceros. Os amantes não fingem amar pelo que, quando amam, o fazem com toda a intensidade, com todas as fibras do seu corpo.
Mas a sociedade impõe regras de monogamia, ao invés de impôr regras de amor incondicional... Como, se através da limitação de parceiros, se conseguisse canalizar todo um amor para uma pessoa apenas. E, com elas, as histórias dos amantes vão-se tornando romances, inatingíveis para alguns, que ficam bem numa qualquer prateleira numa edição especialmente encadernada.
segunda-feira, agosto 28, 2006
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3 comentários:
Por um lado, a questão reside justamente no facto de sermos um animal social, e precisarmos de uma certa estrutura pa conseguirmos funcionar.
Por outro, temos o facto de o tema esta sempre "viciado" com duas ideias tristes:
- Isto dá jeito é aos homens, q só pensam em sexo... fico a pensar no q é q as mulheres pensarão.
- Isto é prejudicial pa as mulheres, q ficam com a fama q já conhecemos.
Portanto, juntando os dois lados, tenho sérias dúvidas se alguma vez saberemos quem defende a teoria correcta.
Se bem q, ao ver cm td continuamos a ser educados hj em dia, e cm, por vezes, damos respostas automáticas, sem pararmos pa as questionar, acho q mais vale deixarmo-nos estar quietos por mais uns séculos. Talvez numa outra vida... :)
Um abraço.
Atenção que, apesar do título ser relativo a um homem, o mesmo é válido para ambos os sexos. Embora as mulheres sejam um animal mais propenso à criação de família, elas não são carta fora do baralho.
Basicamente a questão põe-se desta forma. Porque razão podes amar um pai, uma mãe, 2 irmãos, 10 primos e não podes amar 5 namoradas (ou namorados)? Por estabilidade não é, certamente, com a taxa de divórcios a subir em flecha esse argumento não cola... é por pressões sociais, simplesmente.
Como em tudo, há que olhar para a natureza.
Isto não dá jeito só aos homens que, tradicionalmente dão umas "facadinhas" no casamento. As mulheres também, cada vez mais, se recusam a ficar com um companheiro que não as complementa, mas que foi o melhor que tinham à disposição.
O único problema que encontro é o das DST mas que, com as devidas precauções, pode ser grandemente minimizado.
E não, este post não é um regresso aos anos 60, onde se fodia com tudo e todos a bem da liberdade de o poder fazer e apenas pelo prazer (arriscado, porque isto é como a sueca, ou se tem um bom parceiro ou se tem uma boa mão) do acto.
Bom... sim e não :)
Sim: concordo com a descrição que fazes de amante. Subscrevo a 100% essa noção de tudo se perdoa, porque naquele instante, naquele momento, não existe mais nada é como anda nas nuvens.... mas à vezes acho que é mesmo essa a minha cruz. Aquela que tenho que pousar.
Não: a realidade não desaparece, volta sempre depois do tempo em que não estás a ser amado, por força da partilha com os outros... talvez essa mágoa seja apenas e só porque nos incutiram que existiam histórias encantadas... mas que ainda assim dói, dói.
Nim: mesmo na natureza tens o grou que mesmo que fique viúvo, acaba os seus dias sozinho! :)
Mas é verdade que há sempre umas vibrações que andam no ar tantas vezes entre nós e os outros e que podia ser muito mais não fossem algumas grilhetas de menina certinha... talvez...ou talvez não!:)
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