Hoje estou numa de divagar!
É incrível como só damos valor às coisas e/ou pessoas quando lhes sentimos a falta! Damos, por defeito, as coisas por certas quando, ao final de algum tempo, elas começam a fazer parte da nossa rotina e depois não nos passa nunca pela cabeça que as coisas podem mudar de um momento para o outro.
Curioso é que, quando as coisas mudam num repente, os espíritos agitam-se e parece que se alimentam de mudança. Um reflexo disso são os jovens. Estão sempre em mudança e querem sempre mais e mais. Nunca estão satisfeitos. Os jovens masculinos, porque as mulheres nunca estão satisfeitas, ponto final parágrafo :P. E ainda bem, para que os homens não durmam na forma :). Depois, em adultos, gera-se o conformismo autoimposto pela sua necessidade de integração na sociedade. Quando não se tem nada é fácil largar tudo (duh!) e partir para outra aventura, mas quando se tem um carro/mota e se trabalhou para o/a comprar (e se trabalha para os manter), se quer comprar (ou se comprou) uma casa porque já não se aguenta viver mais sob o olhar rapino dos pais, dar a volta ao mundo, mudar de país/região, ou mesmo ir passar aquelas férias especiais, parece uma aventura digna de Júlio Verne.
Seinfeld tinha toda a razão quando disse, no final de um show seu, que nascemos ao contrário. Devíamos nascer com 99 anos, ir ficando cada vez mais novos enquanto íamos viajar pelo mundo aproveitando a reforma e ganhando uma noção real do que deveria ser uma aldeia global e de como funcionam as outras culturas. Depois começávamos a trabalhar a um ritmo calmo, aumentando progressivamente, até estarmos tão stressados que estaríamos perfeitamente preparados para ingressar no 5º ano da faculdade. Borgas até não podermos mais, tentar sem sucesso comer as gajas/gajos mais lindos, ir estudando cada vez menos nas horas vagas, sermos praxados, entrarmos no liceu e termos contacto com aquelas paixões avassaladoras que nos deixavam a escrever 500.000 vezes o nome da pessoa amada nas aulas de história, filosofia ou matemática, escrever Didi loves Dédé em tudo o que eram portas de casa de banho (esta nunca percebi!) e bancos de jardim. Progressivamente iríamos perdendo a noção de responsabilidade enquanto nos divertíamos cada vez mais, até que acabaríamos a nossa existência com um orgasmo... Claro que a versão dele era realmente bem mais curta que a minha :).
sábado, outubro 25, 2003
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