Pesquisas Inconformadas

sexta-feira, setembro 08, 2006

Porque errar é humano...

Porque nós endeusamos os nossos pais...

Porque em crianças achamos que são os maiores...

Porque enquanto crescemos percebemos que também erram e que são apenas humanos, mas ainda assim bons exemplos... os melhores a seguir!

Porque quando somos adultos e vemos o mundo pelos olhos deles, percebemos que eles não são ninguém para nos criticar e/ou julgar...

Porque dói ver um progenitor a errar pela medida grande... e depois ver o outro... e o outro de novo... e por aí em diante...

Porque dói ouvi-los dizer para aprendermos com os erros deles, mas não os ver aprender com os nossos... e ignorarem-nos como se fôssemos menos, e não iguais...

Porque dói, acima de tudo, esta frieza silenciosa que se instala no coração...

Porque esta defesa ao que nos magoa não devia existir contra quem mais amamos...

Porque percebemos que quem mais amamos é quem tem a maior capacidade de nos magoar profundamente.

E se eles de hoje para amanhã já cá não estiverem? E se eu, de hoje para amnhã, já cá não estiver? O que é que isto importa? Nada! Então como me devo comportar? Como o cãozinho contente porque o seu dono lhe faz festas, apesar de lhe dar palmadas? Ou como uma pessoa adulta, consciente? Devo comportar-me para sempre como criança, só porque é isso que sou aos olhos deles?


Um filho.

5 comentários:

Llyrnion disse...

IME, td acaba por ir ao lugar.

Já tive períodos em q tive q ter as defesas todas activadas. N por medo de ser magoado (isso nunca tive, felizmente), mas de ser uber-protegido.

"E se eles de hoje para amanhã já cá não estiverem? E se eu, de hoje para amnhã, já cá não estiver?"

Ninguém pode viver a vida com isto cm backdrop. Senão, n vale a pena sequer sair da cama.

Tu estás em melhor posição do q eu pa saber o q deves fazer, claro.

Um abraço.

Bart Simpson disse...

tenho um problema semelhante entre mãos. Compreendo bem o que sentes. Remédio? Quem me dera ter. O meu pai já não tem muito mais tempo...

L'enfant Terrible disse...

Como diz a minha irmã, aprende-se, sofre-se e daqui a um tempo já não reagimos.

Mas podia não ser assim, com um bocadinho de esforço da parte deles...

Isabel disse...

Com um bocadinho de esforço de todos os lados...

No meu caso, apercebi-me bem cedo que os pais não só nã são super-heroís como conseguem ser capazes de coisas que nós enquanto pessoas, desaprovamos...

Hoje em dia, não consigo estr com ambos o mesmo tempo e por isso e porque há coisas que não sa apagam, tenho 2 tipos de relações bem distintas... mas aprendi que é também necessário uma boa dose de paciência, mas de quando em vez, mesmo como pessoas e em atitudes para comigo, de quando em vez conseguem-me surpreender pela positiva, pelo que lhes vou dando espaço...

É preciso ter calma... vai existir uma altura em que em certa medida já vais ser um "adulto" para eles!

Patrícia disse...

Apesar de pais diferentes terem reacções diferentes, a observação leva-me a crer que a maioria só começa a tratar os filhos como adultos quando estes têm os seus próprios filhos. Caso contrário, nem que tenham mais de 40 anos, serão sempre "o menino" ou "a menina".

Tolerância. Acima de tudo, é necessário desenvolver uma enorme capacidade para tolerar as diferenças, as injustiças, os disparates dos nossos pais. A tolerância que gostávamos que usassem para connosco. Eles dificilmente mudarão. Nós ainda temos bastante capacidade de adaptação . Ou deveríamos ter. Não poderia concordar mais contigo, L'Enfant. Quanto mais amamos, maior é o risco de sermos magoados.

Não podemos estar constantemente a pensar que a morte pode, a qualquer momento, ceifar as relações, mas penso que faz todo o sentido lembrar que pode ser arriscado adiar ad aeternum palavras e/ou gestos que implicam um murro no orgulho, mas podem sanar problemas.


Beijos