Pesquisas Inconformadas

domingo, junho 04, 2006

Capítulo II

Ora, cá estou eu novamente... entretanto, já tinha havido uma "resposta" ao post abaixo, por parte da moça do Destak. Digo "resposta" porque ela ignorou tudo o que disse, e pegou apenas num aspecto, que até era tangencial. Mas, enfim, não interessa.

Depois, enviei uma outra resposta, que agora segue abaixo. A esta ainda não tive resposta :)

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Olá, Sofia.

Seguem os comentários à sua coluna. Antes de mais... mea culpa. Desde que enviei o mail anterior, tenho dito para mim mesmo "Tenho que encontrar o Destak, e ver se o meu mail vai ter direito a resposta". Sim, um tipo fica curioso, claro :)

Infelizmente, não tenho tido oportunidade. O que é uma desculpa esfarrapada, claro, ainda para mais se pensarmos que se trata de um jornal de distribuição gratuita, que se encontra em quase toda a parte.

Portanto, aqui fica um pedido de desculpas pela negligência da minha parte... e um "muito obrigado" ao Paulo Miguel por me ter enviado o artigo.


> Vou dar eco a uma pergunta chegada por e-mail
> e que foi formulada por um leitor: «se os homens
> são todos iguais, porque é que as
> mulheres são tão esquisitas a escolher?»

> Perante isto, avanço a teoria dos três simples.
> Se um homem está para uma mulher como um
>senhor preocupado, um macho democrático na
> divisão das tarefas no lar e interessado em montras..
>eles não são muito diferentes; Mas se o homem
>está para uma mulher que lhe dá sexo
> todas as noites, com o mesmo empenho e mesma
>devoção, que surpreende com prendinhas românticas
> e brinquedos sexuais...aí já são um pouco
> mais distintos.

Mais uma vez, não vejo uma grande relevância dada ao papel da mulher nesta dinâmica dupla sexual - percebi mal, ou é suposto as prendinhas e brinquedos fluírem apenas num sentido? Além disso, a utilização de "surpreende" não deixa antever uma participação muito activa da mulher no processo de selecção dos referidos itens, o que se me afigura como um desperdício. Repito o que disse da última vez - quero uma mulher que satisfaça as minhas fantasias, mas que também seja capaz de me relevar as dela, para que eu retribua.


> Nunca ouvi nenhuma amiga dizer que
> os homens são semelhantes quando são
> sexualmente solícitos. Sempre que
> atrasam as contas dos fluidos
> mais do que uma semana...
> elas não dizem ainda que eles são
> iguais, dizem que elas estão gordas.
> Agora, as mulheres são bem capazes
> de se sentar à mesa do café e
> comentar: «Ele adormece com a televisão
> ligada, a roupa espalhada, não sabe
> estrelar um ovo e deixa a camisa com
> dois vincos:» Aí, alguém vitoriosamente
> grita: «são todos iguais!»

Ou seja, desde que as quecas estejam em dia, para a mulher está tudo bem. É uma visão... surpreendente, no mínimo. Até porque isso implicaria que o sexo seria, para a mulher, o aspecto mais importante da relação. A mulher, essa criatura que acusa rotineiramente o homem de ser um obcecado por sexo, e de não pensar em mais nada :)

Enfim, por algum motivo nos queixamos de não vos compreendermos. Se calhar tem sido esse o nosso erro - nós não temos nada que vos tentar compreender; temos é que vos saltar em cima, "e mai nada"! Tudo o resto é para esquecer! Não posso deixar de admitir que, como receita de sucesso para uma vida a dois, é uma ideia excelente, e não acredito que hajam por aí muitos homens que discordem :) Será que poderemos dizer que na simplicidade é que se encontra a verdade?

Rapazes, deixo-vos uma questão - se o sistema funcionasse, se fosse "só" dar uma ou duas por dia (ou três ou quatro, para os mais afoitos), tendo a certeza que nunca mais teríamos que nos preocupar com o "Este vestido faz-me parecer gorda?" ou com o "Nem sequer reparaste no meu novo penteado", ou até com o "Como é possível que não tenhas reparado que mudei a decoração da sala? Os bibelots já não estão nos mesmos sítios" (Duh! A TV ainda está onde estava! :D )... assumindo que este era o acordo, qual de vocês diria não?

Adiante...

Quanto ao facto de estarem gordas, é um trauma vosso, assim como a preocupação constante em obterem o "corpo escultural" (apesar de aqui haver uma boa dose de culpa nossa; um dia destes ainda vou desenvolver este tema). Infelizmente, como sucede com a maioria dos traumas, é muito difícil, para a pessoa traumatizada, abordar o assunto com um mínimo de coerência. Daí que um homem que diz "Não, não acho que estejas gorda" ouça tantas vezes um "Pois, já não me ligas nenhuma, já não me desejas, por isso não te importas que eu pareça um pote de banha! E já não me ligas porque tens outra, não é? Mas isto não fica assim! Quero o divórcio!!!!"

E pronto, fomos directamente de "Não acho que estejas gorda" para "E eu vos declaro ex-marido e ex-mulher", sem passar pela casa Partida. Mas, enfim, sendo a mulher a criatura mais insegura à face da Terra, não estou à espera que a situação mude.

Será que já algum homem tentou uma outra aproximação ao problema - "Sim, querida, tens razão. Convinha teres cuidado, pois até podes apanhar uma doença... ou pior, podes apanhar com um arpão, por engano" :)

Ah, e os ovos estrelados estão muito sobrevalorizados. Há coisas muito melhores e muito mais saudáveis.


> Levamos tanto tempo a escolher
> porque buscamos com desespero a
> proporção directa entre o dono
> de casa e o macho do território
> que nos faz urrar. Porque
> queremos que o quadrado do êxtase
> seja igual à soma dos quadrados do
> prazer e das casas de banho limpas.

> Porém, quanto mais procuramos mais
> concluímos que "os homens são todos
> iguais, mas há uns mais iguais do
> que outros."

Aqui, não concordo. IMHO, levam tanto tempo a escolher porque, apesar de terem imensas certezas sobre aquilo que querem, não fazem a mínima ideia daquilo que procuram. Acontece o mesmo connosco; o que não é de espantar, visto sermos todos humanos.

Talvez possamos ver a questão da seguinte forma - todos crescemos com contos de fadas. No entanto, a partir de uma certa idade, existe, no mundo masculino, uma alteração subtil - mas importante - nessa expressão. Com a alteração de uma letrinha apenas, passamos a seguir um caminho diferente do vosso. Não o digo como se fosse uma coisa fabulosa e reveladora (bem, em certos aspectos, talvez até seja :) ), mas creio que, na maioria dos casos, o nosso caminho tem uma vantagem - não nos afecta tanto a cabeça, talvez por o começarmos a trilhar numa altura em que ainda não a usamos muito :D

Vocês também descobrem esse caminho (talvez com contornos diferente do nosso, devido ao velho mito de serem "menos visuais" que nós; leia-se "tradicionalmente mais reprimidas"), mas creio que só mais tarde lhe dão a devida importância. Pela recorrência do evento, creio que o momento de emancipação surge quando dizem, pela primeira vez, "Aquele tipo tem mesmo um belo rabo".

Só que nesta altura, na maioria dos casos, já os contos de fadas estão solidamente instalados, e não vão cair sem dar uma luta feroz e renhida. E é deste dualismo que nasce a tragédia - quando descobrem que o tipo musculado e aventureiro que vos dá voltas à cabeça e que adoram exibir (mais um acessório, para condizer com a mala, os sapatos, o chapéu e o broche - a jóia, entenda-se) tem um rol de defeitos que faz a Bíblia parecer uma lista de compras, e que cada um desses defeitos vos enfurece até à raíz dos cabelos. Afinal, parece o Príncipe Encantado, mas não é. Nessa altura, lá fazem uma romaria a um qualquer Muro das Lamentações, para se queixarem de como a vida é muito injusta. Se, ao menos, pudessem reduzir o vossa vida em comum apenas ao quarto, tudo correria sobre rodas.

Meninas, se estiverem nesta situação, recomendo que vendam a casa e se mudem para um hotel :)

Ah, e quanto à teoria de que "basta ter a escrita em dia para sermos felizes", volto a repeti-lo - não tenho a mínima dúvida que a maioria dos homens seria muito feliz com isso. Infelizmente, a realidade com que nos confrontamos é que esse sistema não funciona.

Obrigado mais uma vez, Sofia, por ter escrito algo que me fez pensar.

6 comentários:

Patrícia disse...

Já disse isto várias vezes, mas repeti-lo-ei sempre que necessário: os homens NÃO são todos iguais (aqueles com quem me envolvi não poderiam ser mais dissemelhantes!!!)!!!!!!!! Mal de nós se fossem (e mal de vocês se nós fossêmos também... Não haveria pachorra!!)... Viva a diferença e o leque alargado de escolha! :)


Beijo e boa semana para os dois inconformados.

L'enfant Terrible disse...

Vive La Diferrence :)

Vive La Liberte!

Vive Les Fammes et les jeunnes filles :).

Patrícia disse...

Só mais uma achazinha para a fogueira... quando "a escrita" deixa de ficar "em dia" sem cansaço/ doença/ morte dos afectos que o justifique, é de estranhar... ;)

Pronto, cruxifiquem-me agora! :D

Llyrnion disse...

Sim, sem dúvida. Mas, geralmente, isso não acontece.

A "escrita em atraso" não é um problema, é um sintoma (quando digo esta frase, estou sempre à espera de ouvir o Harry Burns a dizer "Well, that symptom is fucking my wife" :) ), e nunca aparece isoladamente.

Algo tem que ter causado a falta de interesse, que pode ou não ser passageira, e pode ou não ser natural. Todos temos momentos de maior stress, fraqueza, whatever, em que não estamos simplesmente para aí virados.

Llyrnion disse...

Epa, tem cuidado com as jeunes filles! Não te esqueças de lhes pedir o BI antes de fazeres o que quer que seja!

No meu tempo, dizia-se de algumas moças que as suas mães tinham usado fermento em vez de pó de talco. Hoje em dia, essa prática parece estar generalizada :)

L'enfant Terrible disse...

Look, don't touch :P